quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Um livro, um filme, um poema...



Cinema e literatura têm sido uma dupla espetacular!

Um bom livro adaptado para a linguagem cinematográfica continua sendo um banquete para os fãs de ambos os gêneros. Ver na grande tela o que se idealizou durante o ato da leitura, se a contento, é uma grande satisfação.


Respeitando as diferenças entre as linguagens e aproveitando o melhor que cada uma oferece, chega-se a um resultado surpreendente.



Nesta delicada e intimista adaptação da obra 84 Charing Cross Road, de Helene Hanff, assistimos a um filme espetacular que virou cult na década de 80. 

Com o título nacional de Nunca Te Vi, Sempre Te Amei acompanhamos a troca de correspondências entre uma escritora norte-americana e um inglês gerente de livraria, por longos vinte anos.  Diferenças culturais e afinidades intelectuais são discutidas e fomentam o surgimento de uma verdadeira amizade, senão uma paixão. Ela, fã incondicional de clássicos e literatura inglesa, reclama da ausência destas publicações nos Estados Unidos, ele um perfeito gentleman britânico. 


As tais referências bibliográficas trocadas durante o desenrolar da estória, são a grande preciosidade: sermões, filosofia, arte... Jane Austen [uma grande fã como eu, só poderia se deliciar!!] e a poesia de William Butler Yeats [como não gostar?!?!].


Vale a pena ver e rever!


Numa das cenas, Frank P. Doel (interpretado por Sir Anthony Hopkins) lê um dos poemas de William Butler Yeats, He Wishes for the Cloths of Heaven.

Segue abaixo o poema na íntegra com tradução:


Had I the heaven's embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,

I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

Se eu tivesse os panos bordados dos céus,
Entremeados com luz dourada e de prata,
O azul e os panos esbatidos e escuros
Da noite e da luz e da meia luz,

Espalharia os panos debaixo dos teus pés:
Mas eu, sendo pobre, tenho somente os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
                                                  Caminha com cuidado porque caminhas sobre os meus sonhos.



Aqui você pode conferir o momento em que o personagem recita o poema:


Sinopse do filme:

Durante vinte anos Helene Hanff (Anne Bancroft), uma escritora americana, se corresponde com Frank P. Doel (Anthony Hopkins), o gerente de uma livraria especializada em edições raras e esgotadas. Tudo começou pelo fato de Helene adorar livros raros, que não se encontram em Nova York. Só que ela não poderia imaginar que uma carta para uma pequena livraria em Londres, que negocia livros de segunda mão, a levaria a iniciar uma correspondência afetuosa com Frank. Suas cartas íntimas e altamente detalhadas descrevendo seus sonhos, esperanças, sofrimentos e alegrias nos fazem mergulhar no universo de suas vidas, e eles acabam desenvolvendo uma amizade notável e duradoura.


Conhecendo o poeta:

William Butler Yeats, muitas vezes apenas designado por W.B. Yeats, (Dublin, 13 de Junho de 1865 — Menton, França, 28 de Janeiro de 1939) foi um poeta,dramaturgo e místico irlandês. Atuou ativamente no Renascimento Literário Irlandês e foi co-fundador do Abbey Theatre.
Suas obras iniciais eram caracterizadas por tendência romântica exuberante e fantasiosa, que transparece no título da sua coletânea de 1893, The Celtic Twilight ('O Crepúsculo Celta'). Posteriormente, por volta dos seus 40 anos, e em resultado da sua relação com poetas modernistas, como Ezra Pound, e também do seu envolvimento ativo no nacionalismo irlandês, seu estilo torna-se mais austero e moderno.
Foi também senador irlandês, cargo que exerceu com dedicação e seriedade. Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1923. O Comitê de entrega do prêmio justificou a sua decisão pela "sua poesia sempre inspirada, que através de uma forma de elevado nível artístico dá expressão ao espírito de toda uma nação." Em 1934 compartilhou o Prêmio Gothenburg para poesia com Rudyard Kipling.


© Marcia Rosenberger, 2013. Todos os direitos reservados.
Fontes texto/imagem:
84 Charing Cross Road. Helene Hanff. Casa Maria.1988.
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