Na minha infância ouvia os comentários da família sobre este desejo obsessivo de ler, achavam estranho eu preferir ganhar um livro de presente a algo supérfluo, às vezes até mesmo um brinquedo, se não o fosse de minha escolha. Eram livros ilustrados, de literatura infantil, muitos contos de fada, adorava-os! Ainda me lembro vagamente de um que na capa havia uma princesa e um monstro, ou algo assim. Infelizmente não recordo o título, pois gostaria de lê-lo novamente e resgatar algumas memórias...
Na adolescência se agravou... Passava horas escondida no quarto lendo alguma novela, um romance ou suspense. E quando chegava a hora de dormir, não podia... Era levada a uma terrível insônia, imaginando qual seria o destino dos personagens ou o desfecho daquela trama em particular, o que me impulsionava a novamente sair da cama e continuar mais um pouco com aquela aventura... Eventualmente voltam às minhas recordações um ou outro título que me impressionou: Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, foi um deles... Pela primeira vez ouvi falar de um polvo gigante! Mais significativo ainda, foi O Morro dos Ventos Uivantes, fiquei completamente alucinada pelo lado sombrio e psicológico do livro. Mais tarde assisti ao filme, aquele em preto e branco com o Lawrence Olivier, e penso que toda aquela atmosfera bucólica estava lá, tão bem representada pela fotografia usada nas tomadas das paisagens...
Já na idade adulta, descobri Jane Austen, à qual tenho dedicado bastante tempo para entender e conhecer o período histórico em que ela viveu e me deliciado com a própria história do Reino Unido. O que me leva a um segundo ponto que é a escrita. Toda a trajetória da autora ao escrever me faz pensar na prática dos diários, que entre nossa cultura não é tão divulgada assim, mas com a ascensão da Internet vem trazendo um novo significado e ressurgindo em forma dos blogs. Eu mesma já me iniciei nesta experiência e andei publicando algumas anotações...