sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sobre o ato de ler...

 "...leio qualquer coisa que chegue às minhas mãos, de bula de remédio a dicionário, é uma mania.", declara a jornalista e escritora  Danuza Leão. O mesmo acontece comigo... simplesmente assim... não importa o que ou sobre o que, mas parece-me que as letras são símbolos mágicos que fazem meu olhos devanear e num ímpeto estou movendo-os e decifrando vorazmente qualquer coisa que se aproxime de minha visão.


Na minha infância ouvia os comentários da família sobre este desejo obsessivo de ler, achavam estranho eu preferir ganhar um livro de presente a algo supérfluo, às vezes até mesmo um brinquedo, se não o fosse de minha escolha. Eram livros ilustrados, de literatura infantil, muitos contos de fada, adorava-os! Ainda me lembro vagamente de um que na capa havia uma princesa e um monstro, ou algo assim. Infelizmente não recordo o título, pois gostaria de lê-lo novamente e resgatar algumas memórias...


Na adolescência se agravou... Passava horas escondida no quarto lendo alguma novela, um romance ou suspense. E quando chegava a hora de dormir, não podia... Era levada a uma terrível insônia, imaginando qual seria o destino dos personagens ou o desfecho daquela trama em particular, o que me impulsionava a novamente sair da cama e continuar mais um pouco com aquela aventura... Eventualmente voltam às minhas recordações um ou outro título que me impressionou: Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, foi um deles... Pela primeira vez ouvi falar de um polvo gigante! Mais significativo ainda, foi O Morro dos Ventos Uivantes, fiquei completamente alucinada pelo lado sombrio e psicológico do livro. Mais tarde assisti ao filme, aquele em preto e branco com o Lawrence Olivier, e penso que toda aquela atmosfera bucólica estava lá, tão bem representada pela fotografia usada nas tomadas das paisagens...
 Já na idade adulta, descobri Jane Austen, à qual tenho dedicado bastante tempo para entender e conhecer o período histórico em que ela viveu e me deliciado com a própria história do Reino Unido. O que me leva a um segundo ponto que é a escrita. Toda a trajetória da autora ao escrever me faz pensar na prática dos diários, que entre nossa cultura não é tão divulgada assim, mas com a ascensão da Internet vem trazendo um novo significado e ressurgindo em forma dos blogs. Eu mesma já me iniciei nesta experiência e andei publicando algumas anotações...

© Marcia Rosenberger, 2012. Todos os direitos reservados.
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Arquivo pessoal