segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pride & Prejudice celebra 200º aniversário de sua publicação


O romance mais popular e mais importante da carreira literária de Jane Austen (1775-1817) era publicado há 200 anos atrás, em 28 de Janeiro.


  
Em 1797, seu pai quis publicar a primeira versão do romance Pride & Prejudice, mas o editor recusou. Quando finalmente foi publicado em 3 volumes, o nome da autora não foi creditado, mas sim como a autora de Sense & Sensibility, seu primeiro livro publicado de forma anônima, com o pseudônimo: 'By a Lady'. Tempos em que uma mulher que trabalhava ou mesmo uma escritora não era muito bem vista pela sociedade...

 Retrato a óleo de Jane Austen, 
feito em 1875, de autor desconhecido,
 baseado na aquarela realizada pela irmã Cassandra em 1810.
  



© Marcia Rosenberger, 2013. Todos os direitos reservados.
Fontes texto/imagem:
Period Movies
BBC UK
Wikipedia
Arquivo pessoal

domingo, 27 de janeiro de 2013

Um livro, um filme, muitas aquarelas...

 Minissérie produzida pela BBC, em 1995 / Longa metragem de 2005
  
O livro inicia com a conclusiva frase:

It is a truth universally acknowledged, that a single man in possession of a good fortune, must be in want of a wife.

É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.

Numa época em que a única preocupação de uma jovem é casar-se e, quando mãe, conseguir um bom casamento para suas filhas; onde a herança é destinada apenas ao primogênito do sexo masculino e a descendência feminina fica entregue à caridade dos familiares, a autora Jane Austen consegue descrever as peculiaridades da sociedade e aristocracia de forma bem humorada e ao mesmo tempo com uma crítica ácida aos costumes da época. O preconceito entre as diferentes classes sociais é mostrado através da história entre as jovens solteiras que participam dos bailes e atividades sociais à procura de um bom partido; a beleza é valorizada como uma vantagem da mulher para unir-se ao jovem de uma posição social mais elevada; algumas profissões autônomas, o clero e o comércio são mencionados como atividades não merecedoras de respeito pelos membros da família. Apesar de alguns mal-entendidos, todos os casais têm a chance de se conhecer um pouco melhor e chegar ao esperado Sim!


Sinopse do livro:

A história mostra a maneira com que a personagem Elizabeth Bennet lida com os problemas relacionados à educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra. Elizabeth é a segunda de 5 filhas de um proprietário rural na cidade fictícia de Meryton, em Hertfordshire, não muito longe de Londres.

Assista ao trailer do filme com Matthew Macfadyen e Keira Knightley legendado:

 
  
Todas as obras da autora já foram adaptadas para o cinema ou para a televisão, mas Orgulho e Preconceito foi a obra mais filmada. Há duas versões que foram mais bem sucedidas junto ao público: uma minissérie produzida em 1995 pela BBC em 6 episódios e o longa-metragem em 2005.

A versão de 1995 eternizou o ator Colin Firth, premiado com o Oscar® de Melhor Ator pelo filme O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010), no papel de Mr. Darcy e na cena do lago onde ele aparece com a camisa molhada, embora não conste do livro. Já a versão de 2005, trás no papel do protagonista o ator, também inglês e brilhante em sua interpretação, Matthew Macfadyen. Curiosidade: nos extras do DVD apresenta um final alternativo.

A tão sonhada cena do lago...

Sinopse do filme:

Inglaterra, 1797. As cinco irmãs Bennet - Elizabeth (Keira Knightley), Jane (Rosamund Pike), Lydia (Jena Malone), Mary (Talulah Riley) e Kitty (Carey Mulligan) - foram criadas por uma mãe (Brenda Blethyn) que tinha fixação em lhes encontrar maridos que garantissem seu futuro. Porém Elizabeth deseja ter uma vida mais ampla do que apenas se dedicar ao marido, sendo apoiada pelo pai (Donald Sutherland). Quando o sr. Bingley (Simon Woods), um solteiro rico, passa a morar em uma mansão vizinha, as irmãs logo ficam agitadas. Jane logo parece que conquistará o coração do novo vizinho, enquanto que Elizabeth conhece o bonito e esnobe sr. Darcy (Matthew Macfadyen). Os encontros entre Elizabeth e Darcy passam a ser cada vez mais constantes, apesar deles sempre discutirem.

Aquarela feita pela
irmã Cassandra em 1810
Conhecendo a autora:

Jane Austen (Steventon, 16 de dezembro de 1775  Winchester, 18 de julho de 1817) foi uma proeminente escritora inglesa. A ironia que utiliza para descrever as personagens de seus romances a coloca entre os clássicos, haja vista sua aceitação, inclusive na atualidade, sendo constantemente objeto de estudo acadêmico, e alcançando um público bastante amplo.
Nascida em Steventon, Hampshire, de uma família pertencente à burguesia agrária, sua situação e ambiente serviram de contexto para todas as suas obras, cujo tema gira em torno do casamento da protagonista. A inocência das obras de Austen é apenas aparente, e pode ser interpretada de várias maneiras. Os meios acadêmicos a têm considerado uma escritora conservadora, apesar de a crítica feminista atual reconhecer em suas obras uma dramatização do pensamento de Mary Wollstonecraft sobre a educação da mulher.

Outras obras de Jane Austen:
Sense and Sensibility (1811)
Pride and Prejudice (1813)
Mansfield Park (1814)
Emma (1815)
Northanger Abbey (1818) - póstuma
Persuasion (1818) - póstuma


Pemberley 01, 2010 aquarela

Pemberley 02, 2010 [detalhe] aquarela

Estas foram as primeiras aquarelas que pintei em homenagem à Pride & Prejudice, inclusive a primeira já participou da exposição 10º Arte Ofício, na Fundação das Artes São Caetano do Sul, em 2010.



© Marcia Rosenberger, 2013. Todos os direitos reservados.
Fontes texto/imagem:
AdoroCinema
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Wikipedia #1 #2
Arquivo pessoal

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Um livro, um filme, um poema...



Cinema e literatura têm sido uma dupla espetacular!

Um bom livro adaptado para a linguagem cinematográfica continua sendo um banquete para os fãs de ambos os gêneros. Ver na grande tela o que se idealizou durante o ato da leitura, se a contento, é uma grande satisfação.


Respeitando as diferenças entre as linguagens e aproveitando o melhor que cada uma oferece, chega-se a um resultado surpreendente.



Nesta delicada e intimista adaptação da obra 84 Charing Cross Road, de Helene Hanff, assistimos a um filme espetacular que virou cult na década de 80. 

Com o título nacional de Nunca Te Vi, Sempre Te Amei acompanhamos a troca de correspondências entre uma escritora norte-americana e um inglês gerente de livraria, por longos vinte anos.  Diferenças culturais e afinidades intelectuais são discutidas e fomentam o surgimento de uma verdadeira amizade, senão uma paixão. Ela, fã incondicional de clássicos e literatura inglesa, reclama da ausência destas publicações nos Estados Unidos, ele um perfeito gentleman britânico. 


As tais referências bibliográficas trocadas durante o desenrolar da estória, são a grande preciosidade: sermões, filosofia, arte... Jane Austen [uma grande fã como eu, só poderia se deliciar!!] e a poesia de William Butler Yeats [como não gostar?!?!].


Vale a pena ver e rever!


Numa das cenas, Frank P. Doel (interpretado por Sir Anthony Hopkins) lê um dos poemas de William Butler Yeats, He Wishes for the Cloths of Heaven.

Segue abaixo o poema na íntegra com tradução:


Had I the heaven's embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,

I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

Se eu tivesse os panos bordados dos céus,
Entremeados com luz dourada e de prata,
O azul e os panos esbatidos e escuros
Da noite e da luz e da meia luz,

Espalharia os panos debaixo dos teus pés:
Mas eu, sendo pobre, tenho somente os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
                                                  Caminha com cuidado porque caminhas sobre os meus sonhos.



Aqui você pode conferir o momento em que o personagem recita o poema:


Sinopse do filme:

Durante vinte anos Helene Hanff (Anne Bancroft), uma escritora americana, se corresponde com Frank P. Doel (Anthony Hopkins), o gerente de uma livraria especializada em edições raras e esgotadas. Tudo começou pelo fato de Helene adorar livros raros, que não se encontram em Nova York. Só que ela não poderia imaginar que uma carta para uma pequena livraria em Londres, que negocia livros de segunda mão, a levaria a iniciar uma correspondência afetuosa com Frank. Suas cartas íntimas e altamente detalhadas descrevendo seus sonhos, esperanças, sofrimentos e alegrias nos fazem mergulhar no universo de suas vidas, e eles acabam desenvolvendo uma amizade notável e duradoura.


Conhecendo o poeta:

William Butler Yeats, muitas vezes apenas designado por W.B. Yeats, (Dublin, 13 de Junho de 1865 — Menton, França, 28 de Janeiro de 1939) foi um poeta,dramaturgo e místico irlandês. Atuou ativamente no Renascimento Literário Irlandês e foi co-fundador do Abbey Theatre.
Suas obras iniciais eram caracterizadas por tendência romântica exuberante e fantasiosa, que transparece no título da sua coletânea de 1893, The Celtic Twilight ('O Crepúsculo Celta'). Posteriormente, por volta dos seus 40 anos, e em resultado da sua relação com poetas modernistas, como Ezra Pound, e também do seu envolvimento ativo no nacionalismo irlandês, seu estilo torna-se mais austero e moderno.
Foi também senador irlandês, cargo que exerceu com dedicação e seriedade. Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1923. O Comitê de entrega do prêmio justificou a sua decisão pela "sua poesia sempre inspirada, que através de uma forma de elevado nível artístico dá expressão ao espírito de toda uma nação." Em 1934 compartilhou o Prêmio Gothenburg para poesia com Rudyard Kipling.


© Marcia Rosenberger, 2013. Todos os direitos reservados.
Fontes texto/imagem:
84 Charing Cross Road. Helene Hanff. Casa Maria.1988.
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